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Texto/reflexão
17/09/2024

Homilia do Pe. Geraldo Boniatti na Missa dos 70 anos de fundação das Irmãs Murialdinas no Brasil

Homilia do Pe. Geraldo Boniatti na Missa Festiva dos 70 anos de fundação das Irmãs Murialdinas no Brasil. Uma bela e significativa reflexão.

Homilia do Pe. Geraldo Boniatti na Missa dos 70 anos de fundação das Irmãs Murialdinas no Brasil

POR OCASIÃO DOS 70 ANOS DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS MURIALDINAS DE SÃO JOSÉ, NO BRASIL – 15/09/2024.                                                                                               Pe. Geraldo Boniatti

Irmãs e irmãos!

Este é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e exultemos no Senhor.

Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom. Eterna é a sua misericórdia.

A Igreja dá graças a Deus por todas as maravilhas por Ele realizadas.

As Irmãs Murialdinas bendizem ao Senhor pela ação da Providência de Deus nestes 70 anos de história.

Nós Josefinos de Murialdo queremos agradecer em nome do Pe. Geral Nadir Poletto, dos inúmeros Josefinos que vocês ajudaram e ajudam em suas ações  neste 70 anos de doação. Uma Congregação Irmã no carisma e na ação apostólica, na solidariedade, em atenções que expressam o amor materno de Deus.

Nós todos aqui presentes erguemos um hino de louvor e de agradecimento a Deus, por ter escolhido este local, esta terra, nossa gente, para fazer florescer aqui uma Congregação Religiosa, que sempre é uma bênção e uma manifestação da ternura do amor de Deus por nós.

            É um dia de agradecimento porque uma pequena semente, plantada e cultivada pelo Beato João Schiavo, cresceu, com a graça de Deus, produziu muitos frutos de bem ao longo de 70 anos, começando aqui em Fazenda Souza e depois partindo para outros rincões deste Brasil a fora e também no exterior.

            Do coração apaixonado do Beato João Schiavo pela evangelização, pela ação do Espírito Santo, algumas jovens moças acolheram o convite de viver em comunidade em busca da santidade e servir os mais necessitados entre as crianças e suas famílias. No início foi tudo muito difícil pois não tinham casa, não tinham terreno, não tinham livros e nem grande possibilidade de estudar, com poucos recursos econômicos, incompreensões de autoridades de então e muitas outras limitações. Mas, dizia o Beato João Schiavo, se isto é obra de Deus vai vingar, vai viver. E a vida aconteceu e continua há 70 anos, porque a obra é de Deus.  Deus sempre constrói grandes coisas em corações disponíveis, como encontrou nestas jovens.

            Próximo ao Seminário Josefino, surgem as Irmãs Murialdinas, com o mesmo Carisma de Murialdo, vivendo e divulgando o amor misericordioso de Deus, junto aos mais necessitados. Formação espiritual, formação para a santidade, educação, assistência social, apostolado junto às famílias, foram e são ainda hoje os caminhos percorridos por um grande número de irmãs ao longo destes 70 anos. Muitas beneméritas Irmãs, doaram suas vidas para outros irmãos e irmãs.

            Quero destacar que no período em que existia o Seminário Josefino em suas atividades vocacionais, a presença de muitas Irmãs Murialdinas, foi determinante no cultivo da vocação sacerdotal de muitos de nós, seminaristas da época e tantos outros.  Estavam presentes nos mais diversos e sacrificados serviços não apenas no Seminário mas e outras comunidades dos Josefinos. Só Deus conhece o alcance destas doações e pode retribuir a cada uma com muitas graças e bênçãos. Verdadeiras irmãs, santas irmãs, seguindo Jesus nos caminhos indicados sobretudo pelo Beato João Schiavo.

            Diz a primeira leitura deste domingo: Deus é meu auxiliador. Com Ele nada temo. Quem me pode condenar? Neste Deus sempre confiaram as Irmãs e nos convidam hoje a rever na nossa vida cotidiana o quanto contamos com este Deus Auxiliador. O texto ainda diz: O Senhor abriu-me os ouvidos para escutar sua voz. A voz de Deus não se faz ouvir em palavras apenas, mas muito mais através de sinais que estão no rosto de cada pessoa. Sofrimentos, angústias, alegrias, esperanças, fé na presença de Deus no nosso dia a dia. Como é bom sentir esta segurança em Deus e não apenas em pessoas e coisas produzidas por nós, seres humanos.

            A segunda leitura, de São Tiago, é mais desafiadora. Tiago pede que a fé se torne prática e não apenas um pensamento ou teoria. “Se um irmão, ou uma irmã não tem como se vestir ou não tem o que comer, não adianta dizer que podem ir em paz. É preciso dar a roupa e comida. Assim podem ir em paz. Voltando à ação das Irmãs Murialdinas que o digam os nossos amigos do Santa Fé em Caxias. Quanta roupa arrumaram as irmãs para aquelas crianças! Quanta comida! Quanta água para saciar a sede! Esta é fé com obras concretas. Todos temos possibilidades de ajudar as pessoas, quer com coisas materiais, quer sobretudo com presença, escuta, apoio, solidariedade com os irmãs e irmãs desafiados pela dor, pela depressão, pelo isolamento, pelas incompreensões. Quantos idosos sofrem na solidão. Quantas crianças, adolescentes e jovens esperam uma mão estendida, uma palavra que diga: conte comigo. Isto fez Jesus e espera que continuemos a sua ação salvadora.

            O Evangelho nos desafia em nos dizer quem é Jesus para mim. E você, quem diz que eu sou? Pedro fez uma bela confissão de fé:  Tu és o Cristo filho de Deus vivo. Mas logo em seguida não aceita que Jesus seja torturado e morto na cruz. Porque Pedro espera um Messias libertador político, libertar-se dos Romanos. Ele quer decidir sobre a vida de Jesus e de seu projeto de salivação. Ai Jesus lhe diz. Fica atrás de mim. Jesus traz a libertação de egoísmo, de individualismos, das pessoas descartáveis, como diz o Papa Francisco.  Eis nossa vida de cristãos. Seguir os passos de Jesus em fazer o bem a todas as pessoas que a Providência de Deus nos faz encontrar. Sempre ter presente que a graça de Deus vai na nossa frente na pessoa de Jesus. Que imagem temos de Jesus? Alguém que nos vigia, que está sempre a condenar nossos erros? Que resolva os meus problemas. Esquecemos facilmente que Jesus veio revelar que temos um Pai misericordioso, cheio de ternura e que nos convida a transformar este mundo num ambiente de paz, de justiça, de verdade e de amor. Jesus o amigo, o irmão que quer caminhar sempre conosco com sua Palavra e sobretudo a Eucaristia. Hoje queremos que Ele esteja conosco na festa e o levamos para nossas casas, para que Ele fique sempre conosco.

            Irmãs Murialdinas, obrigado por nos chamarem a louvar a Deus com esta Eucaristia. Padre Luigi Casaril que fundou as Irmãs na Itália, o Beato João Schiavo que plantou esta semente aqui no Brasil e Murialdo, junto com as Irmãs que já estão junto a Deus pela sua santidade, louvem e agradeçam a Deus lá no céu e intercedam por nós para que sejamos todos e todas os que vivem e encarnem o amor misericordioso de Deus no cotidiano da vida. Que Maria Santíssima e São José continuem despertando e enviando muitas vocações para a Congregação e para toda a igreja.

Beato João Schiavo

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